Médicos Traumatologistas e cirurgiões bucomaxilofaciais do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) contam, desde setembro do ano passado, com o apoio de novas tecnologias para auxiliar no planejamento pré-operatório. A primeira delas – desenvolvida por profissionais da Unidade de Diagnóstico por Imagem – conseguiu reduzir as doses de radiação na tomografia Multi Slice ( protocolo CT do Bem). Graças ao trabalho do Grupo de Computação Aplicada em Saúde (CA+SA) foi possível transformar as imagens planas, coletada durante esse exame, em imagens tridimensionais. Com base nessas imagens e com o auxílio das impressoras 3D – adquiridas pela Gerência de Ensino e Pesquisa (GEP) – está sendo impresso o biomodelo: peça em material sintético, que reproduz a estrutura óssea a ser operada. O uso de todas essas ferramentas tem aumentado a precisão e reduzido o tempo cirúrgico de pacientes adultos e, agora, também de crianças.
Em 2016, foram realizados seis procedimentos utilizando a técnica em adultos – um em traumatologia e cinco em odontologia. A cirurgiã bucomaxilofacial, Wâneza Dias Borges Hirsch, foi uma das profissionais que usou a técnica para planejar e executar cirurgias em adultos.
Na manhã de terça-feira, 14 de março, o médico traumatologista Vinícius Orso estreou o uso de biomodelos no planejamento do pré-operatório em crianças. Por volta das 8h ele entrou com a equipe para o Bloco Cirúrgico, onde realizou uma cirurgia de 2h para reduzir uma luxação atlanto-axial em um menino de 6 anos. Quando procurou atendimento no HUSM, o garoto estava, há 20 dias, com inclinação lateral e sem mexer o pescoço. Isso porque, durante uma brincadeira em casa, deslocou a primeira e a segunda vertebras da coluna cervical.
Ainda nesse mês outra criança será beneficiada com a técnica. A bacia de uma menina de 7 anos foi recriada em três dimensões para agilizar o tempo cirúrgico e dar mais precisão a intervenção que será feita pelo Traumatologista Cesar Acosta. A menina desenvolveu displasia de quadril. E para devolver o equilíbrio ao caminhar, já foram feitas outras duas intervenção. A terceira terá o auxílio do biomodelo.
Os primeiros biomodelos foram feitos em 2016 com a ajuda de uma impressora 3D ofertada por uma empresa no Tecnoparque de Santa Maria e outra da STALO, que faz parte da incubadora tecnologia da UFSM. No início de fevereiro deste ano, chegaram duas impressoras adquiridas pela Gerência de Ensino e Pesquisa (GEP).
Peças grandes podem levar até 30h para serem impressas. Mas é possível reduzir esse tempo imprimindo metade da peça em cada uma das impressoras e colando-as depois de pronta.